UESC e Fiocruz lançam livro sobre informação, educação e saúde
"Informar e Educar em Saúde: análises e experiências", de Ana Cristina de S. Mandarino, Edmundo Gallo e Estélio Gomberg (organizadores) foi lançado no dia 10 de dezembro, no Rio de Janeiro. Abordagens multidisciplinares que integrem informação, educação, comunicação e saúde são relativamente recentes no Brasil. Mas demonstram grande potencial e têm contribuído para melhorias nos serviços de saúde. Uma significativa amostra de ações institucionais que apontam nessa direção está reunida neste livro publicado pela Editora Fiocruz em conjunto com a Edufba.
Organizada pelos professores Ana Cristina Mandarino e Estélio Gomberg, da Universidade Estadual de Santa Cruz (BA), e pelo pesquisador Edmundo Gallo, da Fiocruz, a coletânea explicita como informar, educar e comunicar constituem pilares para um efetivo engajamento em saúde. Nesse sentido, desempenham uma função política, relacionada aos direitos e interesses individuais e coletivos para a promoção da saúde.
É nesse entrelaçamento entre as ciências sociais e as ciências da saúde que se localizam as contribuições do livro. Com enfoque ora mais instrumental, ora mais teórico, os 13 capítulos da coletânea discutem estratégias ou políticas para implementar ações que favoreçam a saúde, de maneira participativa. E a participação ativa da população depende, em larga medida, de processos comunicativos e educativos.
A importância da educação em saúde desde o ensino fundamental e de modo permanente, inclusive com o uso de tecnologias de educação a distância, está entre os temas tratados no livro. “A educação para a saúde é um processo que, para além de ser disciplinar, deve cumprir o papel de se colocar a serviço de uma necessária e imprescindível interação e integração entre pesquisa-prática-política”, avalia o professor Paulo César Alves, do Departamento de Sociologia da Ufba, que assina o prefácio.
Entretanto, pouco tem sido investido na promoção de fluxos de informação no âmbito dos sistemas de saúde e na capacitação de recursos humanos para essas atividades. Como contribuição para preencher essa lacuna, a coletânea traz capítulos que discutem, por exemplo, a utilização do conhecimento científico na gestão da saúde e a comunicação de resultados de exames na relação médico-paciente.
Há, ainda, capítulos sobre os repositórios institucionais das universidades, importantes ferramentas de acesso aberto à informação científica, e sobre as dificuldades na comunicação de riscos, em especial no caso de inovações tecnológicas, como os nanomateriais e demais nanotecnologias. As novas tecnologias de comunicação – notadamente as redes sociais – também são analisadas no livro.
Completam a coletânea textos que abordam o jornalismo sobre saúde, o consumo de informações em saúde, bioética, educação e meio ambiente, e uma experiência de ouvidoria coletiva – metodologia que ultrapassa a concepção da ouvidoria tradicional para auscultar, de maneira ampliada, as condições de vida e as percepções de saúde na comunidade. “A elaboração de novas metodologias em educação e saúde pode contribuir para a constituição de uma sociedade composta por cidadãos com mais ferramentas para pensar seus problemas e encontrar soluções para eles”, argumentam os autores.